Momento fareinaite
No momento em que eu, intrigada, escrevia aqui sobre a maciça adesão da blogosfera ao inquérito Fareinaite, o Dupont passou-me a pasta.Continuo intrigada, devo dizer. A menos que isto sirva para o futuro tratamento de dados estatísticos funcionalmente dedicados à catalogação da cultura livresca dos bloggers portugueses (ou, mais pragmaticamente, para todos sabermos, quando algum blogger se decidir a mudar-se para uma ilha deserta, de que livros se fará acompanhar) isto faz-me lembrar o jogo da Verdade e Consequência, que se jogava quando eu era catraia. E que ainda se joga, hoje, com tenros seis anitos. Com precoces beijoquices.
Mas eu não faria a desfeita, ao velho Dupont, de não responder. A continuación, vai o questionário preenchido.
Não podendo sair do Fahrenheit 451, que livro quererias ser?
Qualquer livro do Paulo Portas. Mesmo que fosse um livro de receitas ou, até, a lista telefónica da Zona Sul. Só para poder, discreta, confirmar do alto da minha prateleira se, à noite, ele usa uma touquinha de nylon para acordar com as melenas dominadas em posição de livro aberto.
Já alguma vez ficaste apanhadinho por uma personagem de ficção?
Não, que me lembre. Como a arte apenas imita a vida, é bem mais magnetizante a atracção por personagens reais. Mesmo que seja por bizarria ou atracção kitsh. Veja-se o caso do Luís Pereira de Sousa. Ou a Manuela Moura Guedes. Quem consegue deixar de estar preso ao ecran, antecipando as carismáticas e inimitáveis atoardas?
Qual foi o último livro que compraste?
A Fuga para o Direito Privado, de Maria João Estorninho. Não será muito romântico, mas a mim impõe-se-me, a curiosidade de saber para onde está a fugir o Direito Público…
Não, não foi o Longe de Manaus. Esse foi o penúltimo.
Que livros estás a ler?
Vou lendo. Memórias de Adriano, poemas de Vinicius, crónicas de Barreto, contos de Nelson Rodrigues, posologia de medicamentos, ementas de take-away.
Que livros (5) levarias para uma ilha deserta?
Cinco livros do Paulo Coelho, da Isabel Allende, do Konsalik ou da Margarida Rebelo Pinto. É fácil, julgo eu, trocá-los por bananas.
A quem vais passar este testemunho (3 pessoas) e porquê?
Eu passo, pronto. Mas se eles não quiserem recebê-lo, não quero saber.
Ao Altino, a ver se se distrai dos seus duelos sérios. Mas ele já avisou que não quer brincadeiras…
Ao dragão, esperando que não me insulte. Ele não gosta de manifestações surgidas do mainstream.
Ao Alonso, na expectativa que nos fale da imensa colecção de escritos inéditos que guarda sobre aquela era de prosperidade lusitana conhecida por Estado Novo. E da colecção de revistas sobre as poderosas máquinas voadoras da mítica marca Zundapp... E a ver se aparece!
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