de hinos e enganos
Quanto a hinos:O hino é muito bonito. Ainda fui à procura do hino da DDR (era o que eu mais gostava de ouvir nos jogos olímpicos e este lembrou-me o outro) mas não encontrei.
É bonito porque, como muitos outros hinos, quer na melodia quer na letra, apela a algo de maior. A um ideal.
Quanto a enganos:
é curioso pensar em quem eram os (que a história provou serem os) enganados por este hino.
Não os cantores do Bolshoi cujas vozes ouvimos. Só não fugiam para o ocidente se não conseguissem. Ou então por escrúpulo patriótico (que é, apesar de tudo, um conceito burguês).
Não o Brezhnev (em 1977 era ele o homem) e os seus milhares (milhões?) de esbirros que, espalhados por toda a URSS, garantiam a "afinação das vozes" dentro e fora do Bolshoi.
Tenho a impressão que nem os (miseráveis) trabalhadores da pátria do comunismo.
Não, acho que os enganados da história não eram os que lá viviam. Esses, sem nunca terem lido o "Triunfo dos Porcos", viveram-no.
Os enganados estavam no ocidente. Eram os que ainda acreditavam que o pesadelo em que vivia a europa de leste era afinal um sonho.
Hoje andam um bocado desanimados. Alguns tornaram-se amargos. Outros continuam românticos.
Espectros de um mundo que já não existe. Aliás, que nunca existiu.
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