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2.6.04

Basófias

Como era previsível, alguns dragões da blogosfera já deixaram o seu compungido lamento pela partida do Mourinho. O CAA, com notável esforço de imparcialidade, através do confronto da mediocridade colectiva com o mérito individual do dito cujo. O PC, portista sereno, com o suficiente distanciamento que lhe permite registar os defeitos para, de seguida, os transformar em meras sombras das suas qualidades. Ambos exaltam a sua incontornável eficácia e ambos explicam, também, que essa eficácia em nada depende da sua arrogância. E vice-versa. O costume, portanto, no que respeita aos argumentos lógicos dos portistas sentimentais.

Já me contaram duas histórias que, por caminhos diferentes, contam, no mesmo tom, a explicação do amuo do Mourinho no final do jogo. Uma, a do Mourinho bom; outra, a do Mourinho mau. Mas o futebol não é feito de contos de fadas e eu tenho para mim que o que quer que seja que explique a reacção do endeusado num momento que pode, até, ter constituído a apoteose da sua carreira, não explica a falta de bom senso e de estratégia que se lhe pressentia. Em qualquer sentido que se queira ver, se não caprichoso, Mourinho é, pelo menos, fraquinho na gestão da sua imagem. E as fraquezas são, no futebol, brinquedos nas mãos dos Pintos da Costa e dos proprietários russos de clubes de futebol cujo nome agora não me vem à memória.

Eu sou portista, mas nunca fui, em coisa nenhuma, dada a idolatrias. Eu gosto mesmo é do gooooooooooooooloooooooo!

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