Pó de estrelas
A ideia da mortalidade está intimamente ligada à ideia da mudança. O grau de intensidade com que se agarra a vida depende da maior ou menor consciência de que tudo é efémero, instantâneo. E também da consciência da finitude. Percebe-se a grandiosidade de tudo isto quando se sai da própria individualidade e se apreende a óbvia e bela constatação de que somos pequenas partes de um todo orgânico que, ao mesmo tempo que nos transcende, é a nossa própria essência. É uma espécie de colectivismo cósmico, reconfortante nos dias negros e perturbador nos momentos de excesso de auto-estima. No fundo, todos nascemos já nacionalizados pelo universo!Eu costumo ser muito mais existencialista do que isto, mas todos temos momentos de descrença nas teorias individualistas da auto-determinação. Mas lá que o inferno são às vezes os outros, isso ninguém me tira. Os outros hão-de, naturalmente, achar o mesmo de mim...
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