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6.9.03

Portugal - Espanha e assim

Scolari disse que jogámos mal e que, por isso, não estranhou a reacção do público presente no estádio vimaranense. Refiro-me ao jogo de futebol entre Portugal e a Espanha, que teve lugar esta noite. É bom dizer isto, porque há pessoas esquisitas que não ligam ao futebol (o passo seguinte deve ser dizerem que não ligam, não pegam... não arrancam; questão de ignição).

Bom. Que jogámos mal, a gente viu. Que o resultado esteve de acordo com a prestação de ambas as equipas, nem se fala mais nisso. Agora a reacção do público, tenham paciência. Vaiar os nossos? Assobiar? Dar "olés" premiando as jogadas do adversário? Desculpem lá, ficavam em casa e mudavam de canal, viam um filme e depois iam a um blog qualquer fingir de entendidos das artes que os fascinam, mas que apenas observam. No futebol (como na vida a sério) é preciso ter mais cuidado, mais cautela.

Qualquer dia, a nossa mãe dá-nos um estalo nas fuças, mesmo que imerecido. Acto contínuo, um atirador furtivo, daqueles que agora andam aí a soldo da demência, dá-lhe um tiro na testa, certeiro. Enquanto ela agoniza, a nossa mãe, a gente grita "que é bem feito"?! E aplaude o bacorito que a matou, escondidinho no matagal da sua cobardia?
A má prestação da mãe justifica o enxovalho?
Não. A morte muito menos, mas eu só exagerei esta "estorinha"por dois motivos: isto é só futebol, está bem, mas os atiradores furtivos metem sempre mais nojo que um estádio inteiro a ser cobarde e vil. Nem as suas próprias mães gostariam deles, dos "desperados da penumbra", se os pudessem ver assim, camuflados de traidores e em postura vermiforme, enrolados no seu visco pestilento.
Saber perder é muito bonito, traduz decência e justifica respeito. Perder com despeito merece punição e desprezo.

Refiro-me, evidentemente, ao público de Guimarães, que devia levar, em conjunto, dois estalos na cara dados por qualquer mãe de respeito. E onde se lê mãe, aqui apenas, que se leia mão, a ver se eu me importo.

O atirador furtivo é apenas um apêndice triste desta história. Há-de haver sempre tipos destes, até vos dou um exemplo de í­ndole cientí­fico-fecal: qualquer intestino tem um apêndice, enquanto não é excisado com ciência, calma e sabedoria por mão (aqui é mão, mesmo) experiente que se cansa dele e decide lançá-lo ao balde dos dejectos. E qualquer médico sabe onde fica o apêndice. Algures em Guimarães, claro, então não é disso que estamos aqui a falar??
:)

E viva Scolari.

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