Blogame mucho

Blogame mucho pero ... que dolor!

Li com bonomia o que a minha amiga Lolita, espampanante torcedora do Peñarol, escreveu. Como habitualmente, acaba por concordar comigo duma forma que roça a renitência teimosa. Hei-de dizer mais coisas sobre isto, enquanto ela me não retirar a prerrogativa de escrever livremente: a censura é uma arte hispânica, e os melhores (fodace) torturadores no ranking "Top Ten Torquemada" eram, suspeito, uruguaios.

Hoje, o próximo campeão nacional levou valente sova do Porto. Mas exagerada foi a punição para o jogo que se viu.
Agora o que eu vi foram outras coisas. Vou enumerá-las. É bom organizar o pensamento.

1- O Beto: É o capitão da equipa, mas tem a capacidade de liderança dum cogumelo mole. Vive obcecado com a possibilidade de poder, eventualmente, ser melhor do que acha que é (e não é, descansem) e ninguém dar conta. Cinco vezes falado como potencial reforço do Real Madrid, só ele não entende como ainda não o contrataram. Terminará a carreira sem enteder esta verdade básica sobre si proprio: apaga-se quando seria de se acender, acende-se quando não é preciso, e às vezes acerta. É pouco para um capitão.
2 - O Hugo: É esforçado mas carrega no olhar uma falta de crença tão evidente como a falta de jeito para a bola que evidencia. Excelente profissional do ponto de vista das glândulas sudorí­paras. Será campeão, se optar assim, pelo Portimonense ou pelo Desportivo de Chaves, na segunda liga.
3 - O Toñito: este pequeno rapaz enerva-me. Talhado para jogos menores, não é capaz de acrescentar nada em jogos importantes, em que se medem e confrontam vontades fortes. Ele apenas acredita que há-de manter aquele ridí­culo corte de patilhas até aprender a ser jogador de futebol. Que é um pequeno passo para quase todos, mas muito grande para qualquer "jogador da bola".
4 - O azar: esse existe. O Porto marcou um golo aos 3 minutos, sem ter feito nada para o merecer. Depois marcou o segundo num lance de disparate, um ressalto. O terceiro, foi um remate intencional do ex-benfiquista e futuro leixonense Manniche, que levou toda a sorte do mundo a esgotar-se de rendição cagona. O quarto foi de penalty, que não devia ter sido assinalado. O nosso golo foi de raiva, do verdadeiro capitão da equipa (que devia ser), pelo temperamento, pela pujança, pela capacidade de arriscar e de lutar. O azar existe. Perdemos o jogo porque, apesar de o Porto ter mostrado ser melhor, não tivemos sorte. Pensem bem e vejam se não é assim. E considerem ainda 1, 2 e 3 e vejam o meu suplício.

O Porto está repleto de jogadores esforçados, estúpidos e limitados, que se superam porque, mesmo os bois, quando picados, marcham mais rapida e eficazmente. Não passam disso, não são nenhum Milan, nem nenhum Real Madrid, nem nenhum Manchester, que possuem talentos que se aplicam e, por isso, superam os restantes de forma clara e com leveza.
O Sporting deve expurgar-se, definitivamente, dos seus miasmas antes que a epidemia do marasmo se aposse daquele grupo de pessoas. É preciso gritar, muitas vezes, para preparar silêncios calmos.
Ânimo, bolas! Sejamos contidamente competentes e lúcidos para perceber por que perdemos, como perdemos, e como havemos de fazer para ganhar.

posted by lolita @ 12:13 da manhã