Endogenia comunitária
Mais um passo (se vier a ser) a caminho da uniformização europeísta: o livro único da Europa. Que seria pouco mais do que indiferente se não se pretendesse que seja um manual escolar da história reescrita da Europa que, afinal, há pouco mais de cinquenta anos, era apenas um continente com nações dentro, bem mais longe de ser a união que hoje ainda é apenas institucional, o que é muito pouco. A ideia de uma história da Europa é, por outro lado, excludente do que se passa fora dela, o que pode significar o ressurgimento da ideia despudorada de superioridade civilizacional, que nunca morreu mas se manteve em cativeiro nas últimas décadas em nome do politicamente correcto. Para além disso, o maior absurdo desta ideia reside no seu grau de abrangência: ficariam de fora os países europeus não membros da europa comunitária? Parece que sim. Redefinir-se-iam, portanto, as fronteiras da Europa relevante. A Turquia será, se for assim, cada vez mais asiática.
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