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15.11.06

Primeiro e último episódio daquilo da "Grei"

Um grupo de tipos e de tipas um bocado alternativos (sendo que a "artista principal" lembra vagamente a Elsa Raposo e, a julgar pelo aspecto geral do espécime, deve ter começado a tirar o curso aos vinte e oito anos) começa o seu internato geral num hospital central americano. Todos começam o tirocínio querendo, já, à cabeça, ser cirurgiões e, por estranho que pareça, acham que ser isso é uma coisa extraordinária, como quase já só se vê em mecânicos de automóveis e canalizadores. Faço notar que estão sempre a usar a expressão "fix it", o que revela tendência para consertos e trabalhos de "bricolage".

Logo no primeiro dia, uma chinesa razoavelmente feia revela que é competitiva até às chanatas ortopédicas que usa nas patorras e, além disso, que pratica preços baixos na competição, como compete aos competitivos em geral e às putas competitivas em início de carreira, enquanto a artista principal - a putativa Elsa Raposo - passa o episódio inteiro aparvalhada, porque descobre que um dos gajos com quem deu uma das suas derradeiras quecas ocasionais é assistente (leia-se especialista, de cirurgia geral, no caso, embora o indivíduo também opere cabeças, que aquilo é um hospital de polivalentes, o que nem sempre é bom, basta lembrar que o Miguel Garcia é polivalente, tanto joga a central, como a defesa direito, como no banco, e é o que se vê) dela. E é logo um gajo que detecta hemorragias subaracnoideias por angiografia, que não consegue vê-las na TC, porque "ah, e tal, era uma hemorragia muito pequenina" - embora provocasse um "mal epiléptico" à doentinha, tanto que ela quase que morria de espasmos tónico-clónicos generalizados, era pequeníssima, a hemorragia, está bem, ok, boa malha.

Também no primeiro dia, um dos internos que se vê logo que estão talhados para fazerem de saco de pancadas da maltabuédacompetente do seriado - e para comover o povo com uma dose mediana de angústias existenciais nos intervalos dessa porcaria - executa uma exérese do apêndice a um tipo qualquer, sob orientação dum preto licenciado que parece mais novo que a artista principal, é certo, mas que já é cirurgião e, pelos vistos, não se percebe se por ser preto se por ser estúpido, deixa correr à balda as complicações causadas pelo interno, até se chegar a um limite qualquer em que lá intervém, já com fezes a sair do intestino para a cavidade peritoneal do figurante, como quem fosse preto mas se chamasse Mesmer.

Para não ir mais longe, o primeiro "turno" - que não se percebe bem se decorre numa urgência geral ou se acontece numa urgência cirúrgica, ou se é tudo ao molho e fé no Miles Davis - dura 48 horas. Coisa que já nem nos Estados Unidos se vê. Turnos de 24 horas já fazem mal que chegue. Os cocós acabam o turno de 48 horas, que acharam cansativo, com ar de quem ainda fazia dois episódios da Floribella ou um e meio dos morangueiros com castanhas, e lá vão à vida deles, como se aquilo fosse uma merda dum jogo da PSP ou dum caralho duma X-Box. A artista principal vai visitar a mãe, que parece um vegetal, só não se percebendo se chega a regá-la.

Era preciso esta merda? Era? É esta merda que o "pípel" gosta de ver e curte bués?
Se é, foda-se. Que caralho de esterqueira formatadora de paspalhos me vinha agora pela pantalha adentro. Acabou-se!

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