Ó Arsénio, vai mamar!
O Arsenal é uma equipa que se chama assim porque tem, há vários anos, um treinador que se chama Arsène e que é gaulês.Os britânicos podem ficar um bocadinho chateados com isto e virem berrar-me aos ouvidos muitas coisas sobre outros tempos gloriosos dos "gunners", antes de começarem a chamar-me "bastard", e aquelas outras coisas que eles chamam a quem os arrelia. Mas, a mim, ninguém me demove disto: o Arsenal chama-se assim porque pronto, já disse. E ninguém se lembra já doutros tempos gloriosos dos "arsenalistas", muito menos antes do Arsène e dos outros "francophones" que ele para lá foi levando.
Aliás, já que se me pede racionalidade - e eu, quando ma pedem, dou-a logo - o pior treinador que o Porto podia ter, neste jogo, era o Jesualdo Ferreira. Isto é evidente, porque o sorumbático pedagogo da bola que agora comanda as tropas que treinam em Gaia tem uma simpatia especial pelo Arsenal do Minho. Ora, o Minho é verde e, por acaso, o relvado do Estádio dos Emirados também é dessa cor. Esta foi frouxa, admito, mas é que amanhã vamos jogar num sintético. Raios partam a sorte, que nem a um relvado temos direito.
Agora por Emirados: a equipa do Arsenal é uma equipa basicamente árabe. Das arábias. Começa no nome do estádio e prossegue na publicidade nas camisolas. Aquilo é um Islão pegado.
Britânicos é que o Arsenal não tem. Hoje tinha um, o defesa direito, mas foi exactamente esse tipo o pior jogador em campo, logo seguido pelo Ricardo Costa (que tem um ar britânico, ali das Hébridas, a chatice é essa).
Isto chateia-me.
O Porto perdeu com uma equipa cheia de grandes jogadores? Não. Perdeu com uma marca poderosa que juntou grandes jogadores sob a batuta dum Arsénio.
Aquilo não é o Arsenal de Londres, a menos que Londres seja um beco de Marselha, ou de Nice, ou de Yaounde.
Não. Aquilo, de facto, é um arsenal. O arsenal do Arsène.
Um arsenal que deu um banho de bola ao Manchester United na semana passada, eu vi, toda a gente viu.
Mas... de Londres? Só se for por jogarem lá (se for em casa) ou por virem de lá (quando vão fora).
Ora, é exactamente aqui que eu queria chegar: esta marca do Arsène só joga bem em casa; e é se as coisas lhes correrem mesmo bem. Não tem alma. Se tivesse alma, já tinha ganho a Champions. E não ganhou.
Têm lá o Cesc Fabregas, que é bom e espanhol, têm o Henry (que chega a ser irritante, porque podia fazer a diferença entre o futebol e a pintura, mas não faz, porque passa muito tempo em deleites de gouache, o pincel é o caralho dum francês, anda ali a pastar, a masturbar o cavalete, enerva!), mas não têm alma. Também não têm casa, valha a verdade. Nem nada que emocione por aí além.
Quem torce pelo Arsenal, no fundo? Os gajos de Londinium? Não me macem.
Esta marca "Arsenal" vai perder no Porto e eu aposto 500 euros nisso.
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