blog caliente.

14.2.06

vai mudar o tempo, mas pouco

Acredito profundamente na liberdade de expressão. Consiste na possibilidade de dizermos o que quisermos, isto mais ou menos.
"Não há aqui mais ou menos! É valor absoluto!" - disse ele, aos bordos, na viela da razão.
Calei-me. Mas marquei-o. Se, um dia, ele chamar puta (ou descendente) à minha mãe, à minha irmã, a alguém que eu goste (pode ser, mesmo, ao guarda-redes de futsal do Sporting, que se chama João Benedito) e se, por um acaso obtuso de parolo, eu não concordar (ou, concordando embora, que às vezes calha assim, me arreliar deveras!), fodo-lhe a tromba, ficando certo de me ter cumprido, também, na minha expressiva liberdade.

Depois vem a polícia, os amigos do cabrão, a tia e os primos. Posso levar no coiro. Mas pronto, a liberdade de expressão é isto, às vezes corre mal a uns, outras a outros, porque não é, de facto, absoluta, a não ser em papelada; e é nessas alturas que gostamos mais de ver chegar polícias, mesmo severos, do que de vermos desaguar parentela enraivecida (do outro) no nosso livre mar - leia-se lombo.

E parece que vai chover, mas pouco. Vi as nuvens, bufadas do oeste, a chegarem-se aqui, caladinhas e pequenas, mas cinzentas.

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