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12.11.05

A pista de Baltar, para o Alonso e a lolita gozarem comigo por não ter um Ferrari

Luz verde, nervoseira, pé direito no fundo. Partida e um resto de recta da meta. Em correndo bem, estamos em quinto, por fora. Curva à direita, levantar o pé direito um bocadinho, só para endireitar o cu, e carregar outra vez. Que já sobe para uma curva fechada, à esquerda. Faz-se por dentro, a deixar sair até ao corrector, se quem vier por fora nos deixar. Se, até aí, for bem, se não formos abalroados por nenhum entusiasta, já temos posição. Se for quinto, é quinto. Depois há uma curva que se faz a fundo, sempre a subir, depois uma recta curta que também sobe, aí não há pai para a Rita: chega-se à zona das boxes e aquilo angula tudo para a direita, quase noventa graus, eu entro por dentro, "a sair", encosto à esquerda enquanto o deixo ir e, nos "esses" a descer, duas ganchetas "direita-esquerda", tenho caminho livre, quem me passar ali, que vou a fundo, leva bandeira por má posição. Sim, já me lixaram ali mais que uma vez. Depois dos "esses", curva à esquerda de pé a meio, sem travão, ou então de pata a fundo, com travadela simultânea: foge mais de cu, mas a manobra não se vê do bar, não adianta um tipo armar-se, ali.
Prossigamos. Recta a fundo, com um mini-esse a meio, corta-se todo, e, depois, uma esquerda traiçoeira, com relevé ao contrário, no início. Entra-se por dentro, a deixar ir para fora, mas os slicks gastam-se muito, em 25 voltas, faz-se assim só se formos ao ataque. Depois de três voltas, posição estável na tabela, convém fazer ao contrário, entrar por fora, de pé direito a meio, carregando outra vez, até doer na sola, quando o kart reobedece, para ir para dentro. Sobe-se, de novo, para uma curva larga, toda à direita, que fica mesmo em frente ao bar. É o sítio de todos os dislates, de todas as fantasias, de todas as "contra-brecagens". Perdoam-se os neologismos, perdoa-se tudo, porque ali estão a ver-nos de perto. Dá para ultrapassar, por dentro, mas às vezes os tomates escapam-se-nos pelos poros das calças, que quem vai à nossa frente corta sempre para dentro mais cedo do que nós. O Alonso sabe disso. É aquela curva redonda, que nunca mais acaba de subir e de alargar. Segue-se uma merdice que se faz a fundo, excepto na puta da curva mais traiçoeira, aquela à direita, de noventa graus, que antecede a recta da meta. Faz-se por dentro, a deixar sair, se formos ao ataque, e ao contrário se não formos. Pata direita ao fundo, passamos pela meta em quinto e, a partir daí, se pesarmos noventa quilos, é apenas uma questão de manter a posição. Que mais já não podemos.

Aprende, Alonso, para não te queixares tanto da próxima vez. Já lá vão quase quatro anos, amigo.
Aprende, lolita, que eu não duro sempre.

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