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15.6.05

santos populares

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Há quem se importe e há quem não se importe. Não há razão para se subdividir esta dicotomia, que é simples e não impõe penas: nem a uns, nem a outros. É uma classificação não destinada a linchamentos nem a foguetórios.
A senhora do piercing no nariz, que é a face marcante e marcada mais visível do Centro de Saúde de Odivelas, importa-se há muitos anos. E tem as ideias claras sobre qual é o seu papel. E sobre o seu estatuto. Quase os confunde, a mulher. A confusão entre o estatuto e o papel é um exercício difícil, por muitos motivos, mas quando se consegue é bom de ver. E de saber que há.

No meu hospital, houve (e há) um projecto de cuidados paliativos domiciliários. Eu limitei-me a apoiá-lo, nem sequer lhe estou na génese, estou à vontade, portanto. Eu aqui, e o projecto na gaveta, ambos à vontade e sossegados.

Não avançou. Feneceu cedo. Dois médicos foram a Odivelas, para ver como era e para se constituirem como ponte entre hospital e centros de saúde. O projecto foi escrito, apresentado. Havia enfermeiros interessados e empenhados, também.
Os tarados do "Saúde século 21" apoiaram e deram, mesmo, viatura. Vermelha.

Hoje, anda a viatura a levar e a trazer processos clínicos, entre pavilhões. O que é bom, escusam os mensageiros de andar a pé, havendo viatura. Roubada e envergonhada, tão rubra está, a viatura espera pelo seu destino como nós esperamos por Godot: com uma indiferença fúnebre entre festas juninas.

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