blog caliente.

6.9.04

Decepções e Preocupações

A) Decepções

O besugo veio de férias e ficou desiludido com as cinco intervenções que encontrou no seu blog. E ameaça reduzir-me o salário. É um fascista.

Eu, por meu lado, cheguei hoje das minhas míseras férias. Assisti, deliciado, à chusma de notícias que durante essa semana foram provocadas pelo "barco-com-um-contentor-que-mais-parecia-uma-sala-de-partos-mas afinal-era-outra-coisa".

- Deliciado porquê? (Perguntam os improváveis leitores deste blogue)

Porque julgava conhecer os cronistas residentes deste blogue (leia-se: lolita e besugo) e porque adivinhava que, no meu regresso, ia encontrar aqui prosas cheias de panfletária indignação perante o "manter ao largo" do tal barco.

Afinal ... nem por isso. A lolita mantém a sua visão do aborto como acto pessoal, íntimo e não-panfletário, pelo que, com a coerência que lhe é reconhecida, não aprova este tipo de iniciativas.

O besugo, por seu lado, fez ensaios de ridicularização do Portas e do Santana. Acho que eles gostam disso. Fá-los passar por tontos, coisa que não são.

E agora, que farei eu, que vinha de língua afiada e pronto para passar para o teclado mais uma quantidade de impropérios dirigidos aos meus amigos blogamemuchistas?

B) Preocupações

Olhem ... recomendo-vos o texto de hoje do Álvaro Barreto no Público. Tendo como pano de fundo uma questão ideológica (e isso é o que menos me importa) versa sobre um dos mais angustiantes problemas deste País. O degradado estado da educação.

Quem tenha hoje filhos na escola primária (como eu tenho) ganha rugas se se der ao trabalho de comparar a evolução deles (na leitura, ne escrita, na matemática) com aquilo que recorda de si próprio.

Este ano tomámos (eu e a minha mulher) uma decisão radical: tirámos a criançada da instituição particular de ensino em que se encontravam e inscrevêmo-los numa escola pública.

Rezando para que essa opção não se revele ainda pior do que manter o nível de insatisfação que já tínhamos e mantê-los na mesma instituição em que estavam.

Isto porque, ao contrário do que diz o A. Barreto, tenho a noção de que o ensino primário público é melhor do que o privado. E que os problemas que ele refere (de degradação do ensino público) se aplicam, fundamentalmente, ao ensino secundário.

A seu tempo me preocuparei pessoalmente com esse.

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