O mais autêntico elixir
A intempérie destruiu-me, completamente, um par de sapatos,umas peúgas pretas, uma camisola de pura lã, um par de calças de ganga, os deltóides, os trapézios, os abdominais e os quadricípedes femurais (entre outros músculos sossegados) e a pose de calma beatitude pós-prandial. As fortes chuvadas que hoje se derramaram sobre o Douro, mancomunadas com as folhas e outros detritos de videiras e folhas caducas, o dito entulho, provocaram-me domiciliária inundação. Saltei da mesa do jantar para o quintal, perante eminência de catástrofe. Rapidamente, sem necessidade de prévia reunião, foi criado um grupo de emergência de quatro pessoas (os residentes), que se encharcou completamente em actividades de desenrascanço. Atribuídas aos maiores (2) as funções de coordenação e actividade física, aos menores as de comunicações e transporte de material, a situação teve desfecho feliz. Ao longe, ouviam-se sirenas de bombeiros, que a chuva cai para todos.O duche quente e recompensador soube bem.
A roupa e os músculos ficaram uma miséria (levantar tampas de saneamento com um palmo de água em cima não é como ganhar as eleições do Benfica!).
Quanto à minha pose de calma beatitude pós-prandial, que se lixe. Antes de lhes dar um beijo a despachá-los para a cama, os meus filhos disseram-nos, à mãe e a mim, “até amanhã, atletas!”. Caramba. Os putos são autênticos anti-depressivos, “Josés Mourinhos” em embrião! Quase nos fazem desejar o próximo treino, o próximo jogo a doer!
Bom, tanto também não.
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