blog caliente.

28.11.06

Esguichos de besugo

A Geração Rasca promoveu uma votação para eleger, do subjectivíssimo ponto de vista dos votantes, os melhores blogues e blogueres de 2006.
Chegaram-me coisas pelo Technorati - que é onde se carrega para vermos se alguém falou em nós, desancando-nos, ou assim - , algumas coisas, e outras penetraram-me pelos blogues que visito habitualmente.
Chegaram-me poucas. Mas boas. Começo por dizer isto, que é quase tudo.

Bom, as categorias que eles propõem são estas:

Melhor Blog Individual Feminino
Melhor Blog Individual Masculino
Melhor Blog Colectivo
Melhor Blog Temático
Melhor Blog
Melhor Blogger

Nós já recebemos algumas nomeações. De amigos. Nada me admira que o excelente Luís Tito (que nos acha piada há muito tempo), o fogoso João Tunes (que também, quero crer nisso), os insidiosos Revisionistas (que têm bom gosto, acima de tudo), o excelente tipo do Nietzsche (isto do Nietzsche foi só para me chatear, porque ele sabe que eu prefiro dezoito Breuers a um escafóide do complicado filósofo complicadote que se alimentava de água morna) e a talentosa Luna tenham sido simpáticos connosco.
Foram muito benevolentes e gentis.

Eu não consigo. Ser gentil e benevolente, consigo. Eu não consigo é escolher assim. A escolha, para mim, faz-se apenas quando é necessária. Fora da necessidade, a escolha é um requinte da disposição, que pode ser de bondade ou malvadez, pode até ser um mero exercício de bonomia desatenta, mas será sempre um acto de vontade - isto, se o for - ocasional.

Não sinto necessidade de votar. Não é por desrespeito, a ideia é boa e há-de ter sido bondosa. Mas não consigo. Melhor: não sei. Eu sei lá se amanhã vou pensar, como hoje quase que pensei, que o Dragoscópio é o melhor? Eu não sei. Às vezes gosto mais do Boticário, ou do Tugir, ou do Origem das Espécies, ou do Blasfémias, ou dos Bichos Carpinteiros, ou do Água Lisa, ou do Médico Explica Coiso aos Coisos. Ou doutros.

Reparem: este blogue é para os meus filhos. Quando, um dia, precisarem de indagar "onde caralho é que o nosso pai perdeu o norte?", este é um dos lugares que virão ver. E eu não posso ensinar-lhes que a escolha é uma premência, quando não a é. Tenho de ensinar-lhes que se escolhe sempre, escolhe-se quase sempre, mas só quando é preciso que tenha de se escolher e que a escolha é, por inerência necessária, premente.

Não é, para mim, o caso.

Fiquem-se os senhores, todos, com a lista que temos ali à direita. Faltam lá alguns, mas para lá irão logo que se possa. Considerem-se todos modestamente premiados: os que lá estão e aqueles que, não estando, vamos lendo. Considerem-se escolhidos, melhor dizendo. Esguichados.

Muito obrigado. A todos.

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