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26.1.05

Grande Sporting

Bom jogo, esta noite, na Luz. Boa bola.

O Sporting jogou melhor, mostrou uma superioridade quase total. O Benfica, jogando em casa, mostrou-se empenhado e teve a sorte do jogo a seu favor.
É indesmentível, ao contrário do que se sente obrigado a dizer o adjunto Magalhães, próximo técnico do Lourosa (eventualmente) que, se a questão do merecimento da vitória dependesse, apenas, da superioridade futebolística, a esta hora o Sporting seguiria em frente na Taça de Portugal. Assim, como não é só isso que está em causa, a sorte também manda, o Sporting empatou o jogo.

Como o Sporting empatou o jogo, houve prolongamento. Durante esses trinta minutos, o Sporting, apenas com 10 jogadores, continuou a ser superior. A cinco minutos do fim, ganhava por 3-2. Depois, num remate odioso de bom, Sabrosa empatou. E o jogo, com prolongamento, acabou. 3-3. Um empate, num jogo em que o Sporting jogou mais e melhor. Muito melhor.

A seguir, nestas coisas da Taça de Portugal, há uma regra que diz que, em caso de empate (foi o resultado do jogo), se marcam pontapés da marca de grande penalidade, em séries de 5 para cada equipa, até desempatar. Ou seja, o jogo, de facto, terminou empatado. O que se passa a seguir é uma formalidade, que vem nas regras da FPF, porque tem de ser decidido, naquela altura, findo o jogo, quem vai seguir em frente na Taça. Por exemplo, em Inglaterra jogam-se sempre duas mãos, veja-se o caso do Chelsea - Manchester, ainda hoje. Mesmo em Portugal, há bem pouco tempo, um empate no fim do prolongamento levava a um segundo jogo, desta vez no campo do clube visitante.
Não importa: são estas as regras. E as regras de desempate vigentes fizeram o Sporting ficar pelo caminho na Taça. Mas o Sporting não perdeu com o Benfica, num jogo em que mostrou, aliás, clara superioridade sobre o rival.

Três notas soltas:

1 - Aquele rapaz ainda imberbe do Benfica, João Pereira, tem de ser observado, rapidamente, por um neurologista. O garoto, nas nossas barbas, teve uma crise convulsiva, eventualmente uma hemorragia subaracnoideia, após lance obscuro, no chão, com Hugo Viana. Digo isto porque o insurrecto petiz caiu, agarrado à cabeça, queixando-se de qualquer coisa que, estando enrolados ambos no chão, lhe terá feito o sportinguista. Se foi nas partes pudendas, é o primeiro que vejo, após pancada, a agarrar-se à região cefálica. Se foi mais abaixo, ainda mais perplexo fico. Pode ser um indivíduo de anatomia distorcida, o palhacinho, com terminações nervosas embaralhadas nas eferências. Conseguiu, no entanto, fazer expulsar Hugo Viana, voltando o Sporting a jogar com apenas dez jogadores, mais uma vez, quinze dias depois. E a ser superior, mesmo assim. Com onze ou com dez, limpinho, sempre superior.

2 - Paíto, como eu sempre disse, é um excelente jogador. E vai ser ainda melhor. Luisão deve estar a tomar dose dupla de metoclopramida, neste momento, depois daquela "rata" antes do nosso terceiro golo.

3 - Joaquim, o futuro guarda-redes suplente do Benfica, esteve bem nos penalties. Não defendeu nenhum, mas lá tentou fazer o que achou melhor: desestabilizar os adversários de forma incorrecta, usando de parapsicologia e da complacência de António Costa.
Resultou com Miguel Garcia, eu sempre disse que o rapaz se enerva demais, ainda.

Parabéns ao Benfica, porque segue em frente na Taça. À nossa custa, o que me custa. Mas as coisas foram assim, tal e qual como acabei de contar.

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