Contrição e penitência
Caro besugo,Não me ocorreu nunca, desde que recebi o teu amável convite para escrever por aqui umas coisas da minha lavra que se esperasse de mim algo de lúcido.
Tal como num filme os actores são escolhidos para um determinado papel pelas suas capacidades cómicas, trágicas ou dramáticas, também aqui e, conhecendo-me os meus estimados colegas de blog como conhecem, sempre supus que fosses tu a assumir o papel de detentor de tal predicado.
É certo que já vimos a Meg Ryan no papel de heroína de guerra, o Mel Gibson de meias de lycra e saltos altos e até o Schwarzenegger travestido, mas tal não deve ser tomado como regras, apenas como um fait-divers (ou fight divers como dizia o Telmo da Sónia, que continuo a venerar como meu referencial de lucidez suprema).
Para mim estaria decerto reservado outra coisa qualquer, sei lá, do género de dizer umas coisas engraçadas sobre futebol, política ou coisa que o valha mas sempre de forma meia atolambada e que não ensombrasse nunca as visões acertadas e objectivas de alguém que, como tu, sabe bem as curvas da vida (pelo menos tão bem como as da estrada de Santa Marta).
Tendo eu tido o atrevimento, involuntário podes crer, de tentar dar de mim uma imagem que nem de longe nem de perto corresponde à realidade, rogo me concedas a dádiva do teu perdão.
E, podes ficar certo de que, irei tentar no futuro não ensombrar este blog com metáforas cromáticas que tenham qualquer conotação futebolística ou com imagens da lota de Sesimbra que envolvam outros aspectos que não meramente gastronómicos.
Quanto ao resto continuarei a divagar sobre aspectos da nossa vidinha sem ter a pretensão da clarividência que jorra da tua pena.
À Lolita peço que me desculpe também, se avaliei mal as qualidades que dela emanam mas, pelos vistos, sou fraco observador da natureza humana.
Humildemente contrito me penitencio.
P.S.D. Também gosto de algumas siglas mas, se calhar, pode ser tomado como mais um vislumbre da minha pouca lucidez. Queiram desculpar.
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