blog caliente.

25.4.07

O problema da bola e do 25 de Abril e do azeite, tudo hoje

Para começar, não se pode abordar isto assim, tudo à molhada.
Por não se poder é que eu o faço?
Não. É por eu não poder doutra maneira e por, de facto, se poder.

O Manchester United ainda não percebeu como é que conseguiu ganhar hoje ao Milan, mas não admira. Os ingleses analisam quase tudo mal, os escoceses pior e, quando acolitados por um Queiroz sem ser o Eça -esse também acolita só da tumba -, são dados "ao calhar".
O Manchester ganhou porque o Gattuso se aleijou - e entrou o sacana do Brochi, ou lá o que é, e este cromo mais o Oddo atinaram a secar o Cristiano, o peneirento Cristiano -, porque o Maldini está prestes a apagar quarenta velinhas e já arreia no fim da primeira, porque o Giggs é um galês de merda, isso é, mas tem um pé esquerdo que parecem quatro pés direitos do Quaresma e, sobretudo, fundamentalmente, porque o Rooney fez o jogo perfeito.

É raro haver um tosco com tanta finura como o Rooney. Qual Ronaldinho, qual Cristiano, qual Kaká! Com jeiteira, também eu! Agora assim?

Não: hoje foi o Rooney. Esse oligofrénico potencial. Também podia ter sido o Scholes, esse Petit melhorado (pouco), mas não foi, por um motivo simples: eu também sei fazer daqueles passes que ele fez, aquela espécie de "colher", pois sou, mas eu é só nos treinos.
E o Rooney não tem muita jeiteira, é só aquela coisa bárbara, aquele penedo baptizado, um misto de joelhadas e de toques de calcanhar e de "vai mamar" e, mesmo assim, eu não sei fazer o que ele faz. Nem no quintal, marcado só pelo O'Shea. Ou pelo Brown. Ou pelo Nesta, que é um passarão peneirento, cuidava estar a marcar o Nuno Gomes e sai-lhe o "badocha" do Rooney, pois é, Nesta, amigo, palhaço, vai ler.

Por falar em "badocha": é deprimente ver o programa do Borges, o "badocha" dos pastéis, agora reconvertido em Bruno Nogueira na sala dos espelhos. Mesmo que não entrasse o Fernando Alvim - um dos únicos portugueses vivos que saltou dos vinte e cinco para os cinquenta anos sem tomar metanol (acho eu).
Eu digo isto por duas ordens de motivos: a assistência do evento é composta quase só de gajas feias e gastas - às tantas por passarem tempo demais a aturar gajos como o Borges e o Alvim - e a piada daquilo é muito relativa, mesmo estando lá a Odete Santos a desrelativizar. Que eu nem a vi, vim para aqui desrelativizar sozinho.

O Fernando Alvim deve ser, juntamente com o Nuno Markl e aquela actriz que fazia de quase irmã do Granger na novela da TVI, aquela em que o Campelo fazia de bonzinho, uma das pessoas com o cabelo mais oleoso de Portugal. Isso do cabelo ainda é o menos: o óleo escusava era de escorrer dali de cima para as goelas, ficava na trunfa rala, assim é uma azeiteirada pseudo-radiofónica, faltam só as bimbas da SIC radical para cheirar ali à costumeira mistura de surro, unto e beita.

Eu páro.

Salgueiro Maia já morreu, mas não é por ter morrido que o prefiro aos cravos. É que, por muito que ele gostasse deles, dos cravos, e eu disso não sei, nunca lhe vi nenhum cravo na sepultura. E a essa, à sepultura, vi-lha.
Misturar alhos e bogalhos (ou bugalhos) não dá grande salada. Não faz mal, eu não nasci para a cozinha. E, de temperos, sei pouco. Não me liguem. Sei isto: que, às vezes, para me sair escrito o que gostava que me saísse, não havia de ser assim, "havia de ser mais menos".

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