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30.5.05

Esguichos de besugo

Cada vez aprecio mais Ana Gomes. É uma senhora muito engraçada e deve ser amiga dos seus amigos. Felizmente há muitas pessoas com estas características, embora nem todas tenham sido eleitas para discutir questões profundas.

A) Das características humorais da euro-deputada e sua relação com a temperatura
1 - Ela é uma optimista.
2 - Os optimistas tendem a levar banhos de água fria.
Conclusão a): ela levou, ontem, um banho de água fria.
Conclusão b): teve sorte, não estamos em Fevereiro.
Conclusão c): andava distraída, já se sabia mais ou menos a temperatura do duchezinho, há alguns dias.

B) Sobre o sentido da História dos franceses
1 - Existe, mas não o expressaram, porque não são inteligentes.
2 - Existe, mas não é temperado pelo bom senso.
3 - Não existe, ou é outro qualquer, eventualmente marcado (estupidamente, claro) pela História de França.
Conclusão a): Ana Gomes há-de acabar por ler, ao menos, uma brochura da História de França, um dia. Para lhe amornar as águas do banho.
Conclusão b): "não leio, não preciso, que eu estive lá a fazer campanha, sou eurodeputada, portanto sei isso tudo, quem és tu, besugo?"

C) Sobre florestas, árvores e encalhamentos.
1 - Os franceses não viram a floresta.
2 - Os franceses encalharam na árvore.
Conclusão única: pelos vistos não se navega assim, à bolina, no caralho duma selva...


D) Sobre falsos problemas e inevitabilidades
1 - Os franceses (corja!!!!) tiveram medo de perder os empregos e das deslocalizações selvagens. Ah! E são xenófobos e detestam Chirac e, ainda pior, há lá o Le Pen!
2 - Mas hão-de foder-se na mesma, que "não amainam a ondulação alterosa da globalização. Nos próximos anos, espera-os mais do mesmo... ou pior...".
Conclusão a): a globalização é inevitável, nem que se arrasem as florestas por onde, agora, ao que parece, se navega. E tem uma ondulação alterosa. Ou seja, isto cheira cada vez mais a botes salva-vidas...
Conclusão b): parece haver,de facto, algo de agoirento em Ana Gomes; qualquer coisa que ela visse nas tripas de um qualquer peixe, um que tivesse pescado no frondoso bosque que navega, que a fizesse assim, dum sopro, tão alterosa e alterada.

E) Da natureza fogosa da eurodeputada
1 ( e único) - Basicamente, eu escrevi isto a quente. Quando for a vez do Reino Unido, vai ser a ferver! E haveis de ouvir-me todos, em Tallin!
Conclusão única: irá ela a Tallin tratar de globalizar mais algumas toneladas de deslocalização, só para enervar os franceses? Tallin é uma cidade que se diz bem, diz-se com graciosidade "fui a Tallin". Soa melhor que "fui a Bruxelas", ou "fui a Paris". Paris tem muitos emigrantes, aliás, e Bruxelas há-de ser nossa (que aquilo há-de invadir-se, com aBélgica inteira, ao mesmo tempo que venderemos a Madeira). Ora Tallin, muito bem. Eis aqui outro centro de decisão que me seduz no projecto de globalização...

F) Da natureza "copo teimoso, porém transparente" da activista senhora
1 - "Ele há Europa para além do referendo em França. Venha o nosso! Só o prazer de discutir a UE com os portugueses, como apesar de tudo os franceses discutiram, já faz o exercício valer a pena".
2 - "É que não pode mesmo haver mais Europa sem ganhar para ela os europeus!"
Conclusão a): tudo vale a pena desde que a gente faça exercício.
Conclusão b): ora aí está, minha senhora, e que Deus a oiça: é que não se pode mesmo, por muito que se arrepie.

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